sábado, 17 de janeiro de 2009

Mirrors Edge Review


Que jogo fantástico! É só o que tenho a dizer. É certo que este jogo, não sei porque razão, tem sido um pouco sacrificado pelos analistas de jogos de outros sites e publicações, apontaram erros como o ser curto, o melee combat e desarmes estar mal feito e até os gráficos, que para mim são o ponto forte do jogo. Eu sinceramente não achei o jogo curto, não achei os gráficos sempre a mesma coisa, não achei o melee combat assim tão horroroso como se diz por aí. É mesmo um jogo que tem sido injustiçado. Mirrors Edge é aquilo que se pode chamar de jogo completamente novo e só por isso merecia ter maior destaque por parte da indústria e dos jogadores do que acabou por ter.


A primeira coisa que se nota é o estilo gráfico, é completamente diferente de tudo o que já vimos, é tem um visual peculiar, pois apesar de serem um pouco monocromáticas as cores, a sensação de realismo não se perde, tal como aquilo que a história do jogo nos quer dar a entender, estamos numa cidade controlada por um governo e por corporações com o punho de ferro, tudo é muito limpo e agradável à vista, é como se estivéssemos a viver numa jaula de ouro, claro que a Faith e os seus comparsas têm a perfeita noção de que aquela cidade é uma prisão de ouro para as pessoas, no entanto não se deixa de ver alguns podres, e apesar de ser tudo bonito as ratazanas continuam por lá, é uma analogia engraçada para o que o jogo nos transmite com a sua história. Mas apesar de os gráficos serem assim sempre do mesmo estilo, existe uma grande variedade de cenários, principalmente quando vamos para o interior dos edifícios, as decorações são lindas e é tudo com um ar moderno, simplista e urbano. Simplesmente adorei este aspecto no jogo.


Para além dos gráficos a banda sonora é também o forte de Mirrors Edge, as músicas são calmas quando andamos apenas a saltar de um lado para o outro, mas quando estamos a ser perseguidos a coisa muda logo de figura com batidas rápidas. Também não nos podemos esquecer da música que promoveu o jogo e que contribuiu bastante para a construção da banda sonora, o Still Alive da Lisa Miskovsky, simplesmente excelente. Depois o som do jogo é bastante bom, quem tem PS3 poderá desfrutar de um pequeno grande extra que é o DTS 5.1, a versão Xbox 360 fica-se pelo Dolby Digital 5.1.


O jogo quando estava a ser produzido levantou muitas sobrancelhas na indústria, um jogo de Parkour na primeira pessoa, com uns toques de shooter e de combate melee? Na altura pareceu bastante ambicioso e perguntava-se se o resultado ia ser tão bom como se via nos trailers ou como se lia nas revistas. Sim é bom! A Dice e a EA conseguiram fazer um bom trabalho sem dúvida! Os controlos são um pouco esquisitos no início pois um jogo com estas inovações todas a nível de jogabilidade requeria um esquema de controlo diferente, mas depois de se estranhar, entranha-se, e na verdade funciona bastante bem este esquema de controlos novo. O Parkour está muito bem reproduzido, consegue-se fazer imensos truques e até juntar saltos e truques de parkour com os de melee para atacar os inimigos, quem souber jogar isto mesmo bem consegue passar o nível e derrubar os inimigos on the run sem problemas. Também é verdade que em algumas secções do jogo existe muito do trial & error, mas acaba por ser um mal necessário para se manter o ritmo de jogo que os developers queriam transmitir. O melee combat alvo de bastantes críticas está bom, a Faith não é muito forte, mas não é nada que um pouco de treino não resolva. É necessário timing e saber usar a velocidade e o momentum para infligir golpes mais poderosos. Chegar ao pé do inimigo e começar à bulha com ele é suicídio a não ser que tenham aprendido bem a técnica de desarme que pode ser complicada, mas fundamental para o jogo, existe um botão de slow-motion que facilita estas manobras de desarme, que eventualmente no início pode ser necessário, mas com a prática nem o vão precisar de usar. Acho que neste departamento não tenho nada a apontar, a jogabilidade é muito boa e robusta.


Talvez a única crítica que tenho a apontar é que no início do jogo tanto os developers como o Merc (ajudante da Faith) dizem para nos mantermos fora de conflitos e não atacar os inimigos e correr que nem um doido para passar o jogo, mas existem secções que não nos deixam outra hipótese sem ser essa, somos obrigados a lutar e por vezes torna-se extremamente difícil passar partes onde temos uma sala cheia de inimigos armados. Não é impossível, mas pode tornar-se complicado e até frustrante.


Quando já estiverem fartos do modo campanha, existe o modo de Time trial que é basicamente passar os níveis sem inimigos o mais depressa possível, o jogo tem leaderboards e ghosts para podermos melhorar ainda mais o nosso desempenho e ver como os prós fazem.


Daí que a longevidade é muito relativa neste jogo, passar a campanha em normal usando armas é fácil e rápido. Estimo que umas 6 horas cheguem para passar o jogo, passar o jogo em normal mas sem usar armas (por causa do acheivement/trophie) já é muito complicado e pode estender o vosso jogo para as 8/9 horas. Depois depende se estão dispostos a tentar bater recordes online, isso ainda adiciona mais algumas horas ao vosso jogo, e não nos podemos esquecer do DLC que vai adicionar mais níveis ao time trial.
O jogo tanto pode durar 6 horas como 30 horas, tudo depende do jogador. Eu ao contrário da maioria dos sites/revistas não me queixo da longevidade, está a par da longevidade dos jogos que andam por aí no mercado.


Tendo dito isto tudo este é um dos melhores jogos que joguei nesta geração, os gráficos, o som, a jogabilidade são estelares e o jogo apesar de parecer pequeno tem muito para dar aos que ficaram fãs do jogo. Eu ainda vou passar o jogo em Hard e tentar bater alguns recordes nos time trials. Quando um jogo sai assim tão bem em gráficos, som e jogabilidade e ainda por cima entrega-nos isto tudo de uma maneira completamente diferente de tudo o que já se viu no mercado, só dá vontade de jogar mais e mais. Sem dúvida para mim um dos melhores jogos de 2008.

0 comentários: