segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Little Big Planet - Review


Ás vezes aqueles jogos que passam mais despercebidos são os melhores que por aí andam e os que mais surpreendem. Army of Two toda a gente dizia que era bastante mediano, mas no final foi um dos jogos que mais curti jogar ultimamente, Dead Space também diziam que era só um RE4 no espaço e afinal é bem mais que isso, mas o que realmente me surpreendeu bastante mesmo foi o Little Big Planet.
Num mundo onde os jogos de acção violentos são reis e senhores um jogo do tipo de Little Big Planet para mim sempre foi visto como um gimmick uma espécie de experiência fofa que a Sony estava a desenvolver para poder dizer que tem um jogo onde os mais novos possam jogar à vontade. Pensei mesmo que o jogo ia ser um flop, nem estava sequer na minha lista de jogos a comprar.


Mas desde que a Beta de Little Big Planet saiu que tem vindo a crescer um enorme interesse em mim, uma espécie de curiosidade. Passados poucos dias toda a gente estava excitada com o jogo, a fervilhar de ideias, os fóruns começaram a ter tópicos para construcção de níveis e ideias começaram a ser trocadas. Nem sequer estava interessado na Beta, aliás nem sequer cheguei a ter a Beta por pensar que o jogo ia ser uma banhada infantil sem qualquer interesse, mas depois de todo aquele hype gerado pelos jogadores, fiquei com bastante interesse no jogo até que por fim comprei-o e digo-vos que foi a melhor coisa que comprei este ano. Simplesmente não me lembro de nenhum jogo este ano, e já agora, não me lembro de nenhum jogo next-gen que me tenha deixado neste estado de extase, é de uma inovação tal que dúvido que tenha sido concebido por seres humanos, sem exagerar não fiquei assim com um jogo desde Halo Combat Evolved.


É um jogo que em todos os aspectos está na crista da onda. Gráficos de topo, com variadíssimos efeitos e um motor de jogo que dá ao jogador um poder criativo quase infinito, pode-se fazer quase tudo mesmo, os níveis de costumização de níveis é absolutamente absurdo. Eu já vi com cada nível que pronto, é simplesmente fantástico o poder que a Media Molecule deu aos jogadores da PS3. Desta vez a nossa imaginação é mesmo o limite.
Depois a banda sonora está excelente. Já me fez tirar as músicas para o PC e ouvir enquanto estou a navegar na internet, são músicas alegres, variadas, com bom gosto, nunca me canso de as ouvir. Para além disso até as músicas podem ser costumizadas.


A jogabilidade deste jogo é baseada num dos pilares basilares dos jogos de vídeo. É um jogo de plataformas 2D, no entanto também temos alguma profundidade nos níveis. É engraçado como conseguiram "pintar" este conceito de jogos plataformas 2d que está mais gasto que eu sei lá e dar-lhe uma nova cor, parece novo, parece que foi a primeira vez que joguei um jogo de plataformas. A sensação de pegar neste jogo foi igual quando peguei pela primeira vez o Sonic.
Os níveis single-player são muito bons, muito variados e apesar de mostrarem muito do que se pode fazer com o jogo, é apenas a ponta do icebergue. O jogo não é fácil mas também não se torna absurdamente difícil, está muito bem balanceado sem dúvida. Depois quando se juntam mais amigos então é que Little Big Planet brilha, é um dos melhores jogos co-op que joguei em toda a minha vida e o jogo a co-op dá acesso a novas secções dos níveis em que se tem de trabalhar em conjunto para desbloquear mais coisas boas para o nosso editor, é brutal e super divertido.


O que é que posso dizer? Nunca pensei que fosse a gostar tanto do jogo, é fantástico mesmo, a única falha que tenho a apontar é que movimentar o boneco nos 3 níveis de profundidade que o motor de jogo de LBP proporciona por vezes tem falhas e por vezes torna-se difícil fazer certas coisas que parecem básicas, mas de resto o jogo é absurdamente bom, para quem gosta realmente de jogos não pode perder isto por nada deste mundo, é inovador mas ao mesmo tempo familiar o suficiente, é bonito e soa muito bem, é muito viciante e dá um poder tremendo ao jogador no que toca à criação de níveis e conteúdo. Não se pode ficar indiferente à artwork deste jogo, é fofo até dizer chega e ainda por cima proporciona várias formas de comunicar usando as expressões da cara e os movimentos do corpo. Foi uma excelente aposta da Sony e um excelente trabalho executado pela Media Molecule, nunca pensei que estivesse tão bom e nunca pensei tão pouco que este seria para mim o GOTY de 2008. Quem tem PS3 não pode perder isto, e quem não tem PS3 está a perder simplesmente a melhor coisa que se fez no mundo dos jogos desde à muito tempo mesmo.

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